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CAPÍTULO 01 - A BALADA *Anne

 

Havia sido um dia muito estressante e ela precisava relaxar após o trabalho. Só havia uma coisa que gostava de fazer nesses casos: sair para beber e dançar.

 

Nem todas as suas amigas curtiam balada. Afinal, já haviam passado dessa fase há anos, mas hoje ela solicitaria favores para não precisar sair sozinha.

 

Havia uma casa nova na cidade que ela queria conhecer. Sabia que o lugar era um misto de bar, restaurante e pista de dança. Tudo em ambientes separados, o que atraia um público mais eclético, já que as pessoas podiam se dividir ou se misturar.

 

Escreveu primeiro para Lígia e depois para Marta. A tática de convencimento sempre envolvia convencer primeiro a uma depois a outra. Tinham se conhecido na época da pós-graduação. Todas faziam aulas de marketing juntas. Desde então, tornaram-se inseparáveis.

 

Após algumas mensagens, as duas toparam. Combinaram um encontro logo na porta, para entrarem juntas.

 

Anne havia optado por uma calça de sarja justa, regata de seda e uma jaquetinha de couro. Acrescentou um conjunto de pulseiras com tachas e um cinto largo. Todas as peças em preto. E para dar um ar romântico ao look rock-chic, completou com um cordão prateado fininho, que descia entre os seios e envolvia sua cintura em argolas prateadas. Nos pés, scarpin pretos, com as famosas solas vermelhas.

 

Tinha um corpo magro, com curvas nos quadris e seios bem redondos. Sua pele era bem clara, porém mantinha um dourado de sol. Usava um corte de cabelo curto meio desfiado. Seus cabelos eram castanho-claros e mantinha luzes nas pontas para destacar seus grandes olhos castanhos.

 

Para a noite, optou por usar uma pomada nas pontas dos cabelos, para deixá-los bem despojados e fez uma maquiagem bem escura nos olhos, com um batom vinho para completar o visual.

 

Chegou no horário combinado e avistou as meninas enquanto descia do táxi. Nem cogitara ir de carro: estava disposta a entregar-se por completo ao relaxamento. Beberia à vontade.

 

Lígia era magra e muito alta. A mais alta das três. Tinha pele bem clara também, cabelos lisos pretos e traços meio asiáticos, apesar de não ser descendente de orientais. Trajava um vestido reto preto, o famoso “pretinho básico”, com sandálias altíssimas, como se ela precisasse ficar ainda mais alta. Tinha uma elegância nos gestos e postura. Os cabelos estava soltos e impecáveis. Adotara franja nos últimos meses. Usava brincos de brilhante e uma pequena bolsa de couro. Não precisava de muitos acessórios para se destacar.

 

Já Marta era a mais baixinha do grupo. Era ruiva com cabelos encaracolados. Parecia uma personagem de desenho animado. Mas apesar de ter um ar meio maluquinho, seu corpo e postura transbordavam feminilidade. Era o tipo “gostosa”. Tinha algumas sardas no rosto, grandes olhos verdes e lábios rosados. Um corpo super em forma, com seios fartos e uma bunda de dar inveja a muitas mulheres. Também estava vestindo preto, mas com toques românticos: blusinha sem manga toda de renda, com uma regata por baixo, saia preta rodada e meias finas. Era total adepta das meias finas, 7/8, etc. Nos pés, um sapato meia pata de couro preto. E para finalizar o look, brincos de pérola e cabelos meio presos num coque despenteado.

 

As meninas acenaram quando Anne atravessava a rua. O lugar já estava cheio para o horário. Uma pequena fila na porta já se formava. Porém, Lígia era assessora de imprensa e já havia colocado os nomes das meninas na lista de entrada. Abraçaram-se apressadamente enquanto se encaminhavam para a porta, afim de evitar a multidão.

 

A balada ficava num antigo moinho no centro da cidade. Mantiveram toda a arquitetura antiga do lugar e dentro mesclaram as atrações. Na entrada, alguns sofás e pufes de couro estavam dispostos sob uma grande luminária de ferro, na qual as lâmpadas imitavam velas, dando ao ambiente uma ideia de castelo mal-assombrado.

 

No espaço seguinte, um grande bar ficava à frente de uma parede repleta de garrafas coloridas das mais variadas bebidas. Havia muitos bancos em torno de um grande balcão para quem quisesse degustar os diversos drinks do cardápio.

 

Nos dois ambientes, os tons de marrom e preto misturavam-se aos tijolos das paredes. Muitos pontos de luz iluminavam parte da mobília, tornando o lugar um tanto misterioso mas, ao mesmo tempo, aconchegante.

 

Saindo desse grande prédio, um pátio ao ar livre, cercado de grandes árvores antigas, acolhia um luxuoso restaurante, com mesas externas montadas para o jantar. Velas dentro de potes de vidro iluminavam as mesas, combinando com a atmosfera dos ambientes anteriores. Os garçons usavam calças e camisas pretas, contrastando com toda aquela elegância.

 

E para fechar: havia um galpão menor ao final desse grande pátio, como um anexo, onde ficava a pista de dança, comandada por grandes DJ's convidados. A atração do dia era o Vintage Culture, comandado por Lukas Ruiz, um DJ jovem, que misturava pop, jazz e soul music.

 

Nenhuma delas havia ainda ido ao local e estavam deslumbradas. Os “clientes” eram tão interessantes quanto o lugar. Todas estavam solteiras e totalmente focadas em suas carreiras no momento. Ligia era diretora numa assessoria de imprensa da área de tecnologia, Marta trabalhava num escritório de arquitetura e Anne era designer de interiores na área de bens de luxo (carros, barcos, aviões, etc).

 

Sair para curtir a noite não era muito a cara de Lígia e Marta. Anne sabia que elas só topavam esses convites para aproveitar a oportunidade de estarem juntas. Caminharam direto para o restaurante externo. As meninas gostavam de tranquilidade, boa comida e espumante. Anne ficaria algumas horas com elas e depois se acabaria na pista de dança, sem a companhia das outras duas que, provavelmente, estariam entretidas na 2ª garrafa de bebida. O importante era ter chegar acompanhada, pois na balada até preferia estar sozinha para exorcizar sua energia como quisesse.

 

O jantar foi animadíssimo, como sempre. Atualizaram-se das últimas novidades no trabalho de cada uma. Como todas estavam há anos nas mesmas empresas, tinham histórias a continuar desde o último encontro.

 

Também comentaram dos últimos casos românticos e os casos passageiros. Anne era a “rainha” nesse assunto. Era a mais descompromissada das três e nada romântica. Não acreditava em finais felizes e achava uma encheção de saco namorar ou ficar com alguém a longo prazo. Gostava do anonimato e da liberdade. Era uma força da natureza incontrolável e sentia-se muito bem com isso. As meninas já haviam desistido de mudá-la. Não entendiam, mas respeitavam. Agora estavam na fase de apenas se divertirem com as histórias de Anne.

 

Após o pedido da 2ª garrafa, agora um Bellini (a nova fissura das meninas), Anne escapou para a pista de dança que estava um pouco cheia e um tanto escura. A música era ótima e realmente os “clientes” valiam a pena. Preferia estar desacompanhada para extravasar sua energia como quisesse.

 

Anne dançou sozinha num canto por pouco tempo, quando sentiu uma presença a seu lado, meio atrás dela. Deparou-se com um rapaz alto e lindo. Teve a oportunidade de ver sua expressão, que estava grudada nela (mais especificamente na bunda dela), antes que o olhar se levantasse para encará-la com um ar safado, deixando Anne com as pernas bambas. Os dois mantiveram o ritmo, mas agora olhavam-se intensamente.

 

Ele era um conjunto de músculos. O típico “bad boy sexy”. Estava vestindo calça jeans surrada e camiseta grudada, com alguma estampa que Anne ignorou por completo. Usava o cabelo raspado dos lados e um topete meio descabelado e arrumado ao mesmo tempo. Era loiro e com certeza tinha olhos claros. Com o breu do lugar, não conseguiu distinguir a cor. Algumas tatuagens escapavam pela gola da camiseta. Também pôde ver alguns desenhos nos braços. O cara era muito gostoso e sabia disso. Ele era o tipo pelo qual Anne sentia-se atraída: gostoso e confiante.

 

Os corpos foram se aproximando sem que os olhares se movessem. O calor foi aumentando e tudo ficou muito confuso. Ela poderia culpar as duas taças de espumante mais a dose de whisky que bebeu antes, mas não era necessário. Estava totalmente consciente do que estava fazendo. E realmente não se importava com mais nada. Entregou-se àquela força que conhecia bem: uma mistura de luxúria, desejo e prazer.

 

O amasso foi intenso e delicioso. A pele dele tinha um aroma diferente, algo amadeirado, morno e úmido. Tinha mãos fantásticas que a enlouqueceram em segundos. Não podia deixar de imaginá-lo na cama. Esses pensamentos só aumentavam o tesão e a pegação.

 

Beijos fortes e deliciosos, acompanhados de passadas de mão nas bundas e muito esfrega, esfrega. Praticamente chegaram ao clímax, em meio ao calor, combinado com a batida das músicas. O cara tinha braços fortes que a puxaram para junto de seu corpo. Seus seios excitados encontraram um peito forte e macio, ficando ainda mais sensíveis. Sua coxa esquerda foi direto ao objeto de desejo entre as pernas dele, que correspondeu instantaneamente à provocação, ficando rígido. A mão dele desceu, delicada e precisa, por suas costas. Desceu mais um pouco e agarrou sua nádega direita com tanta vontade e desejo que foi um convite direto para sua vagina, que ardeu de desejo. 

© 2008 Luciana Gritti

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